quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Será Brandon Jennings o que faltava?

Menino Jennings gostava do Grant Hill
O Detroit Pistons finalizou ontem uma troca, que mandou o armador (?) - e crazy shooter - Brandon Jennings para Detroit. Jennings, está na NBA há quatro anos, um ano a menos que a duração do seu vínculo com a equipe de Michigan. Mas, será? (Análise e notícia no mesmo post).

Depois de Joe Dumars deixar Trey Burke passar no draft, há algum tempo, trazer Chauncey Billups, no alto de seus 36 anos, que serão 37 daqui a pouco tempo, e renovar com o mito Will Bynum, tudo indicava que o time iria, realmente, tentar insistir em Brandon Knight como armador da equipe, e que, se não como titular, Knight iria ao menos ganhar uns minutinhos na posição um. Esse era o plano principal? Será?


Bom, acho que não. Na falta de armador, ocasionada pelo próprio Dumars, Knight era o que tinha. Chris Paul não viria para Detroit. Calderón, preferiu sair, e acertou com o Dallas Mavericks. Sobrou Knight e, Dumars ainda trouxe Chauncey Billups, para quebrar um galho, literalmente. Se falou em Rondo, mas o Celtics iria por o Drummond na jogada e, segundo Dumars (concordo com ele, finalmente), ele é intocável. 


Começamos a aceitar Knight de armador. Nos previews que fiz, já planejava a rotação com ele de titular na posição dois, mas tendendo à um. O fato é que ontem, Joe Dumars, sádico, resolveu acabar com meus dois previews, fazendo uma troca ousada com, talvez, o único agente livre atrativo que restara na free agency.


Já adianto que não gostei da troca, porém tentei entendê-la, nesse período entre ontem e agora, enquanto escrevo. Chega a fazer sentido, mas é arriscado.


Jennings não é o jogador certo. Não é o "cara que faltava". Tem uma seleção de arremessos pífia, beira o ridículo. Mas é uma aposta válida. Como venho criticando tudo aqui, vou começar pelo que há de positivo nessa troca toda.


Em tempo, antes de começar, vamos explicar os termos da troca, na verdade uma "sign-and-trade". Jennings era agente livre restrito, e o Pistons chegou a um acordo com o Milwaukee Bucks, pelo jogador. Dumars enviou Brandon Knight, o pivô Viacheslav Kravtsov e o ala Khris Middleton, para Milwaukee. Em troca recebeu Brandon Jennings, que assinou por três anos, e 24 milhões.


Vamos lá. A troca foi um movimento interessante do Dumars. Conseguiu trazer um jogador um pouco mais pronto que Knight, que já liderou um time de NBA, sem se livrar das principais promessas do time. Particularmente, acho que Knight vai ficar nisso aí mesmo, e voltando à posição de armador, com a pressão que iam colocar nele essa temporada, iria ficar mais difícil ainda de se desenvolver. Em Milwaukee, um time em claro processo de reconstrução, sem pressão, ele talvez consiga mostrar algo. Kravtsov é o que sabemos. Jogador de qualidade muito duvidosa que, ao menos, com direito a seis faltas por jogo, terá alguma uma utilidade. Middleton poderia evoluir alguma coisa, mas dificilmente passará de um shooter, um role-player.


Além de conseguir um jogador por quase nada, Dumars fez um contrato aceitável. Aceitável SE Jennings render o que se espera. SE. Jennings é um grande jogador, enquanto ainda tem a consciência de que não é o Ray Allen. Jennings tem capacidade de fazer médias superiores a 20 pontos por jogo e é imparável quando está on fire. Contudo, essa situação não é maioria.


Porém, podemos olhar por um ângulo diferente (eu diria que é o ângulo realista). Friamente, Dumars trocou seis por meia dúzia. Jennings PODE jogar em alto nível mas, na maioria do tempo, tem números acima da média, por forçar muitos arremessos, especialmente de longa distância.

Jennings arremessa muito de trás da linha dos três. E força muitos arremessos ruins também.
O principal contra de Jennings não é nem o fato de ele não ser um armador puro, mas o shot selection ridículo. Qualquer pessoa que viu Jennings jogando por cinco minutos, sabe do que estou falando. Isso por si já é péssimo. Só que o Pistons já tem um jogador com estilo de jogo parecido, teimoso e fazendo o que não deve em quadra, Josh Smith. Imaginem dois jogadores chutando tudo que tem (ou não) direito, ao mesmo tempo. Chega a dar pena do Monroe e do Drummond, pegando os tijolos que os dois mandam em direção à cesta no garrafão.

"Mas Maurice Cheeks gosta de trabalhar com armadores, pode fazer o Jennings pensar antes de arremessar [...]" Cansei de ler isso nesse tempo. É bem difícil. Jennings podia fazer o que quisesse no Bucks - embora tenha ganhado a concorrência de Monta Ellis, outro cara com shot selection pífia, na última temporada -, é difícil pensar que irá mudar de uma hora para a outra, só porque o Cheeks pediu. Ingênuo, no mínimo.


Acho que a troca em si, foi ruim. Válida mas ruim. E, sinceramente, tenho medo que o Pistons vire um time igual o Hawks. Está todo ano nos offs, mas para na primeira rodada todo ano. 

Além disso, aposto que em até 30 jogos todos os torcedores estarão xingando o Jennings.


Ficou meio confuso, mas acho que consegui escrever tudo o que penso. Espero que eu esteja errado, e que o time dê certo, e vire contender, embora a razão sempre me deixe com o pé atrás. Será Brandon Jennings a peça que faltava, a peça que o Pistons procurava? A emoção diz que sim, o bom senso, que não.


*Médias da carreira de Brandon Jennings

PPG: 17.0
RPG: 3.4
APG: 5.7
SPG: 1.5
FG%: .394
3P%: .354

2 comentários:

  1. Já é melhor que Knight.
    Corre-se o risco de termos trocado um pseudo-armador por outro de luxo.
    Talvez agora o Jennings pare, olhe e veja um puta garrafão pra tocar a bola, ou talvez não kkk

    "Jennings é um grande jogador, enquanto ainda tem a consciência de que não é o Ray Allen"
    Boa essa!

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  2. Melhor, mais doido e mais caro. Talvez não.

    Abraço!

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