A História do Detroit Pistons


O Detroit Pistons foi fundado em 1941, em Fort Wayne, Indiana, onde ficou até 1957. Fundado pelos irmãos Fred e Janet Zollner, que fabricavam pistões, que levaram seu sobrenome junto com a equipe em seus primórdios (Fort Wayne Zollner Pistons), a equipe se juntou a Liga Nacional de Basquetebol (NBL). Em 1948, os irmãos resolveram tirar seu sobrenome do nome da equipe, que se tornou apenas Fort Wayne Pistons, e se uniram a Associação de Basquetebol da América (BAA). Alguns anos, e histórias suspeitas (acusações de associação a apostadores e entregar jogos) depois, o time que se tornou bicampeão da antiga NBL (1944/1945), partia para NBA. Mas, Fort Wayne era um mercado pequeno para o time dos irmãos Zollner, que resolveram partir para Detroit. Detroit estava sem time desde 1947, e além de tudo, o nome Pistons, casava perfeitamente com a cidade, que sempre se destacou pelo forte mercado automobilístico. O (agora) Detroit Pistons jogaria no Olympia Stadium, casa do Red Wings, na época, por suas primeiras quatro temporadas. 
Mascote do Fort Wayne Zollner Pistons



Agora como Detroit Pistons, a equipe se tornou uma decepção. Mal nas quadras, mal no escritório. A característica da equipe na época era ter um grupo coletivo fraco, com grandes jogadores, um time basicamente "de um ou dois homens só(s)".  Dave Bing e Bob Lanier formaram um time mais consistente, mas que perdeu espaço para o Milwaukee Bucks, que tinha, na época um tal de Lew Alcindor (que para quem não sabe, é o nome de batismo de Kareem Abdul-Jabbar). Desgostoso do time, os Zollner venderam o time para Bill Davidson, em 1974. Aí o Pistons começaria a se destacar na NBA...



Davidson tirou o time do centro de Detroit. Levou a equipe para o subúrbio de Pontiac, mas o time continuou a perder. Em 79-80/80-81, o time venceu apenas 37 jogos, de 164 possíveis. Com isso, escolhas de draft possibilitaram o recrutamento de gtandes jogadores ao time. Em 1981, o Pistons draftou um tal de Isiah Thomas. No começo de 1982, Bill Laimbeer e Vinnie Johnson chegaram após trocas. Era hora de começar a vencer. Embora Thomas, Laimbeer e Johnson tivessem melhorado o time a ponto de alcançar playoffs, faltava algo. Seria esse "algo mais" suprido com o draft de Joe Dumars e a chegada de Rick Mahorn em 1985? Ainda não. O Pistons seria superado nos playoffs em 1986, caindo para o Atlanta Hawks. Em 1987, chegaram John Salley e Dennis Rodman, via draft, e Adrian Dantley, via troca. Nesse ano, os "Bad Boys" apareceram para o mundo do basquete. O (super) técnico Chuck Daly resolveu mudar radicalmente o estilo de jogo da equipe. O time passou a jogar baseado em uma defesa fortíssima. Não era raro ver a marcação triplicar em um jogador (especialmente em Jordan), cada rebote era uma batalha, Laimbeer e Rodman eram monstros, literalmente. Há quem diga (todo mundo) que o Pistons jogava "sujo", mas não posso a opinar quanto a isso, já que não (vi)vi essa época (sou de 1996), mas posso dizer uma coisa: com os Bad Boys não existe(ia) meio termo. Ou você os amava, ou odiava. A quem não amava, apenas lamento.

Laimbeer é um dos símbolos dos "Bad Boys"
Embora o Pistons tivesse melhorado muito, ainda estava numa crescente. Em 1987, o time perdeu as finais de conferência, em 7 jogos, para o Celtics de Larry Bird. Série doída. No jogo 5, a vitória na mão, e a chance de resolver tudo em casa, num jogo 6. Mas uma pane mental fez Isiah Thomas, a estrela da equipe, entregar a bola fatal nas mãos de Larry Bird. O resto é história. Mas era questão de tempo para o time de Detroit alçar voos maiores. Em 1988, após fazer sua melhor campanha em temporada regular da história (54-28), o Pistons venceu o outrora algoz Boston Celtics para chegar a sua primeira final, desde 1945. E era contra o Lakers de Magic Johnson. O Pistons foi para o jogo 6 em LA com uma vantagem de 3-2 na série. Mas, quando tudo ia bem, e o Pistons controlava o jogo, no início do 3º quarto tudo desmoronou. Thomas torceu seu tornozelo e mal podia andar. E agora? Como o Pistons iria se virar sem Thomas? Isiah sabia que a equipe não conseguiria. Então, mesmo machucado, ele voltou e fez vinte e cinco pontos no quarto, até cair de vez. 25. Infelizmente, isso não foi o suficiente. Mesmo com o Pistons com a vitória na mão, uma falta "fantasma" em Jabbar pôs tudo a perder. No jogo 7, mentalmente abalado, não conseguiu segurar o Lakers, ficando com o vice-campeonato.

O Palace of Auburn Hills trouxe sorte ao Pistons
Em 1988, o Pistons começou a jogar no Palace. Dantley foi trocado, e chegou Mark Aguirre, uma troca bastante criticada, mas que calou a todos (vide Grant Hill por Big Ben). Com 63 vitórias na regular, mais uma vitória sobre o Bulls nos offs, o Pistons estava nas finais, de novo contra o Lakers. Motivado pelo ano anterior, o Pistons assinou a aposentadoria de Abdul-Jabbar com uma varrida nas finais, com direito a MVP para Joe Dumars. Em 1990, 59 vitórias depois, mais uma eliminação em cima do Bulls, e o Pistons iria defender seu título contra o Trail Blazers de Clyde Drexler. Perdeu os dois primeiros jogos no Palace, mas ganhou as três seguintes em Portland. No jogo 6, no Palace, Vinnie Johnson, a 00.7 segundos do fim, acertou um arremesso mágico, para tornar o Pistons bicampeão. Depois disso, Jordan e o Bulls dominaram a NBA, e o Pistons entrou em decadência. Em 1994, um record pífio de 20-62.

Campeões!

Essa campanha, trouxe ao Pistons uma alta escolha de draft, e com ela veio Grant Hill. Grant Hill, junto com Jerry Stackhouse e mais 6 ou 7 "cabeças-de-bagre", levaram o Pistons a boas campanhas, 54 vitórias, mas morrendo na praia, para Tim Hardaway e seu Heat, ou algum outro time.
Joe Dumars se aposentou em 1999, e se tornou o gerente geral do Detroit Pistons, após o time ser varrido dos playoffs em 2000, pelo Miami Heat. E teve que lidar com algo difícil. A estrela do time, Grant Hill queria sair. E saiu. O Orlando Magic levou o jogador, que era free agent, mas Dumars arranjou uma sign and trade, e acabou recebendo Ben Wallace em troca (além de Chucky Atkins). Ben, sofria com lesões, não havia sido draftado, era uma incógnita. Mas isso iria mudar.

Toco histórico de Prince em Reggie Miller
Sem Hill, o Pistons sofreu. Em 2001, uma campanha de 30-52. Rick Carlisle chegou para treinar o time, substituindo George Irvine. Carlisle levou o Pistons aos holofotes mais uma vez. Mas isso, graças a ajuda de Joe Dumars, que assinou com o questionado Chauncey Billups, e adquiriu Rip Hamilton via troca. Além do draft de Tayshaun Prince. Embora com bom desempenho, o Pistons foi varrido dos playoffs de 2003 pelo New Jersey Nets. No ano seguinte, Carlisle foi demitido. Para seu lugar, nada mais nada menos que Larry Brown. Faltava algo, ainda. E Dumars foi buscar Rasheed Wallace, em Portland para completar o time. Baseado, mais uma vez, na defesa, chegava aos playoffs, com uma campanha de 54-28. Milwaukee Bucks, New Jersey Nets e Indiana Pacers ficaram pelo caminho. Ressalto o toco histórico de Tayshaun Prince em Reggie Miller, que praticamente ganhou aquela partida para o Pistons. 
Underdogs. Saudade
Chegávamos a mais uma final. E éramos meros intrusos. O Lakers, de novo ele, tinha uma equipe que havia sido tricampeã. Tinha Shaq e Kobe, Payton e Malone. Mas o Pistons não se importou. Com todos cravando uma vitória fácil do Lakers no jogo 1, em LA, a defesa absurda do Pistons limitou o Lakers a 68 pontos no jogo. O Lakers venceu o jogo 2, graças a uma mágica de Kobe Bryant, com um buzzer que levou o jogo para prorrogação. Todos falavam que o Lakers iria para o título. Mas se esqueceram, que os três jogos seguintes eram em Detroit. Não haveria mais jogos em LA. Com propriedade, o Pistons sagrou-se tricampeão. No ano seguinte, apesar de ter perdido alguns bons reservas, como Mehmet Okur e Mike James, o Pistons chegou a final. Infelizmente, com algumas mágicas de Robert Horry, o Spurs forçou o sétimo jogo, e  foi campeão.

Artest ficou um ano suspenso
Saiu Larry Brown, aconteceu o "Pacers-Pistons Brawl", a briga generalizada que levou jogadores do Pacers a suspensão, briga com torcedores, e tudo mais. Brown foi para o Knicks, e Flip Saunders veio para o Pistons. Em 2006, com um começo de 37-5, e um record final de 64-18, o Pistons perdeu as finais de conferência para o Miami Heat. Ben saiu, em 2006. Assinou com o Chicago Bulls.



Depois de 2005, o Pistons perdeu as três finais de conferência seguintes, para o Heat, Cavaliers e Celtics. Então Dumars resolveu que era hora de remontar.



Demitiu o técnico Flip Saunders, e trocou Chauncey Billups e Antonio McDyess por Allen Iverson. McDyess voltou pouco tempo depois. Mas o Pistons sentiu a saída de Billups, embora tenha chegado aos playoffs. Com a 8ª melhor campanha, pegou o Cleveland na primeira rodada, e foi varrido. As besteiras começaram aí. Na offseason desse ano, Dumars ofereceu contratos astronômicos para Ben Gordon e Charlie Villanueva. Além de perder Rasheed Wallace. Michael Curry, que assumiu depois de Flip, foi substituído por John Kuester. Com a morte de Davidson, em 2009, pouco tempo depois (2011), o Pistons foi comprado por Tom Gores. 

Voltando à parte inferior da tabela, trabalhando no draft, o Pistons trouxe um belo núcleo de jovens, composto, principalmente por Greg Monroe, Andre Drummond e Brandon Knight. Numa série de loucuras, tudo foi posto à perder. A contratação de Josh Smith, a troca por Brandon Jennings, tudo levou à uma decepção catastrófica, que culminou com o fim da era Dumars. Agora, Stan Van Gundy tenta por a casa em ordem. Torçamos para que ele consiga.

Quem sabe?